Como a acústica faz parte da ergonomia?

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(Imagem: Adobe Stock)

Saiba qual é a importância dessa disciplina para garantir as condições de conforto aos ambientes.

Um projeto de arquitetura pode ser considerado bem-sucedido quando consegue combinar aspectos estéticos às demandas de usabilidade e de conforto ambiental.

Por isso, na hora de desenvolvê-lo, os projetistas devem pensar sempre na experiência sensorial dos usuários. As condições térmicas, acústicas e lumínicas, bem como as análises de fluxo dos espaços, das dimensões e das estruturas dos mobiliários são alguns dos elementos essenciais para garantir a criação de ambientes agradáveis e estimulantes.

Todos esses quesitos juntos fazem parte da ergonomia. “Infelizmente, ainda se associa ergonomia apenas aos mobiliários, mas essa disciplina é muito mais extensa, complexa e abarca uma série de outros elementos que condicionam a qualidade do espaço, como a acústica, por exemplo”, explica Cândida de Almeida Maciel, diretora comercial da Síntese Arquitetura e especialista em engenharia acústica de edifícios e ambiental.

Importância da ergonomia

Se no final das contas o que se quer é um ambiente adequado e inspirador, é fundamental que algumas disciplinas, como a acústica, sejam pensadas com muita atenção e por profissionais competentes.

É fato que um ambiente mal dimensionado do ponto de vista térmico, acústico e lumínico pode gerar estresse e cansaço, assim como erros na escolha e no dimensionamento dos mobiliários podem resultar em um aumento no risco do desenvolvimento de lesões por esforços repetitivos, a chamada LER.

Esses problemas podem acontecer não apenas em escritórios, espaços automaticamente associados a esses males modernos, mas em qualquer ambiente onde a exigência de conforto seja alta, como restaurantes, hospitais e escolas, por exemplo.

“Ao desenvolver qualquer tipo de projeto, o arquiteto precisa ter consciência das necessidades técnicas e, por vezes, contar com o auxílio de especialistas”, observa Maciel.

Ergonomia – Muito além do mobiliário

De acordo com Roberta Smiderle, arquiteta e consultora acústica na Lasta Acústica e Arquitetura, o projeto deve identificar todas as relações que acontecerão dentro do espaço – quer seja entre o usuário e o ambiente, quer seja entre os próprios usuários. Ao considerar esses cuidados, as atividades passam a ser feitas de maneira mais fluida e sem empecilhos.

“Os conceitos globais de ergonomia devem entrar como base de qualquer projeto de arquitetura, seja no dimensionamento dos móveis adequados ao usuário, seja na expectativa das sensações que o usuário terá no espaço em relação aos confortos térmico, lumínico e acústico”, ressalta Smiderle.

A arquiteta reforça que é preciso ir muito além dos cuidados com mobiliários e evitar associar o bem-estar do corpo físico apenas ao uso de uma mesa ou de uma cadeira confortáveis.

“Normalmente, ao se pensar em ergonomia, muitos profissionais se restringem à qualidade e à posição dos móveis e não se atentam para a necessidade de integrar todas as outras disciplinas para criar as condições adequadas aos espaços”, diz.

E QUAL É O PAPEL DA ACÚSTICA NA ERGONOMIA?

Pensar em um condicionamento e em um isolamento acústicos adequados à função de cada espaço é muito importante para alcançar as condições ergonômicas ideais.

Além de conhecer como a forma pode impactar na qualidade sonora do espaço e entender o zoneamento das principais fontes sonoras de um ambiente, a utilização das soluções acústicas da Ecophon, como forros, baffles, nuvens, painéis e revestimentos podem contribuir, e muito, para criar ambientes acusticamente agradáveis e com boa inteligibilidade.

“Geralmente, o projeto acústico segue as referências da arquitetura e tenta alinhá-las com o uso de bons produtos disponíveis no mercado e que atendam às necessidades técnicas conforme as normas vigentes”, lembra Maciel.

Principais problemas e estratégias acústicas para cada tipo de projeto:

  • Restaurantes: em estabelecimentos sem tratamento acústico, é comum que o usuário precise gritar para ter uma conversa com um colega da própria mesa. Por isso, é importante garantir baixa reverberação e, consequentemente, boa inteligibilidade ao ambiente.
  • Escritórios: ruídos de conversas podem distrair e diminuir a atenção nesses locais. É importante contar com salas de sigilo com uma boa atenuação sonora e revestimentos absorventes para garantir a qualidade acústica dos ambientes.
  • Escolas: é preciso evitar ambientes com som residual e tempo de reverberação altos que prejudicam tanto a saúde do professor quanto o processo de aprendizagem do aluno.
  • Hospitais: esses locais são sempre muito ruidosos. O uso de soluções de projeto e produtos próprios para os ambientes hospitalares são imprescindíveis para evitar problemas aos profissionais da saúde e aos pacientes, encurtando, inclusive, o tempo de estadia nesses edifícios.

Créditos: AECweb | Texto: Gisele Cichinelli | Colaboração Técnica: Cândida de Almeida, Roberta Smiderle

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