A SOLUÇÃO ESTÁ NA EDUCAÇÃO SÓCIO-AMBIENTAL

A cena retratada na foto se repete em todos os recantos do Brasil. Estamos na época das chuvas, essa dádiva de Deus e da natureza. Caindo no solo amplamente impermeável, arrasta o lixo pelas ruas, entope os bueiros e causa, além das enchentes, muitos outros problemas. Os prejuízos são inevitáveis. Gastos públicos e particulares são desperdiçados numa ação previsível. É tudo dolorosamente lamentável!

O lixo mostrado na foto é majoritariamente remanescente de materiais de demolição, e, de quebra, estão envasados em sacolas e sacos plásticos. Foi depositado no local por alguém, certamente um adulto, muito provavelmente um homem sem perspectiva, que luta desesperada e diariamente para sobreviver. À primeira vista, trata-se de um irresponsável, mas pode ser que seja, também, uma pessoa apenas sem educação em todos os sentidos conhecidos: social, ambiental e cultural. E esta é a raiz do problema.

O poder público, em tais casos, deveria ser responsabilizado por esse tipo de comportamento inadequado do cidadão, e, em razão disto, ser punido severamente, pois não investe em educação sócio-ambiental. Infelizmente, porém, não há como punir o poder público. O fato com cores reais é que, não havendo educação, jamais romperemos o círculo vicioso da pobreza. Não só a educação formal, aquela que apenas ensina, e muito mal, a ler e escrever. O que falta é educação para a vida. É ensinar ao cidadão, desde a mais tenra idade, a ser gente, a conviver em sociedade, a ter perspectiva. Os italianos e os alemães são mestres nessa arte e deveríamos aprender com eles.

É comum ouvirmos dizer que algumas medidas podem reduzir o estrago ambiental, inclusive as do tipo que mostra a foto, como a facilitação da reciclagem, a utilização de sacolas reutilizáveis, a redução dos produtos descartáveis e muitas outras. Mas isso são medidas paliativas. O que vale mesmo é investir em educação, ou seja, deve-se alterar a configuração do ensino brasileiro atual, altamente deficitário em todos os níveis. Devemos entender que a educação deve ter o objetivo de estimular o desenvolvimento afetivo, psicomotor, cognitivo, moral, religioso e social das crianças, de sorte a garantir-lhes as condições de relacionamento, autonomia, criatividade e aprendizado com vistas a garantir a igualdade de oportunidade no futuro. Só assim evitaremos que cenas como as da foto se repitam pelas nossas cidades.

A ABRAEI, consciente desse grave problema representado pela formação cidadã e educacional deficientes, centra seus esforços e princípios no sentido de alterar a configuração do ensino técnico brasileiro, de modo a qualificar o estudante universitário, principalmente mostrando a ele que a saída segue a trilha do empreendedorismo. As nossas propostas, que podem ser lidas neste site, prescrevem um novo e radical modelo de formação educacional e profissional. Será um processo longo, mas imprescindível. Se não agirmos assim, teremos que buscar, em breve, outro planeta Terra para destruirmos.