7 maneiras de usar o gesso na construção civil

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(Foto: yunava1/Adobe Stock)

O gesso é amplamente utilizado no revestimento de paredes e teto, para levantar paredes com blocos ou drywall, como elemento decorativo em chapas 3D e até em mobiliário. Confira!

gesso é um material usado há milênios, mas sua industrialização com controle de processo e avaliação de qualidade é recente. No Brasil, a produção está concentrada no Polo Gesseiro do Araripe, em Pernambuco.

Na construção civil, o gesso tem uso predominante em revestimento de paredes e teto, blocos não estruturais, placas para rebaixamento do teto, sancas, molduras, placas 3D, drywall e peças para confecção de móveis.

Lincoln Eduardo de Almeida Silva, consultor de empresas do polo gesseiro de Araripe, detalha as vantagens do material para cada tipo de uso e, ainda, explica como aplicar.

Gesso na construção

O gesso na construção é usado em/como:

  • Revestimento de parede e teto
  • Blocos de gesso
  • Placas de gesso para teto
  • Sancas e molduras
  • Placas 3D
  • Mobiliário de gesso
  • Drywall

Conheça, logo abaixo, os detalhes de cada tipo de aplicação

REVESTIMENTO DE PAREDE E TETO

Essa é a mais extensa aplicação do gesso em obras. O pó fino e branco forma o denominado gesso lento ou gesso para revestimento. Para o uso, é misturado na água e vira uma pasta muito fluída que vai ganhando consistência com o passar do tempo. “Essa característica determina que o tempo médio de manuseio e aplicação é de 25 minutos”, alerta o engenheiro.

Indicado para revestimento de paredes e teto, o material apresenta muitas vantagens. “Possui uma boa aderência ao substrato (>0,20MPa), permitindo ser aplicado diretamente no bloco – cerâmico, concreto ou gesso – sem a necessidade de chapisco”, informa.

(Foto: Ingo Bartussek/Adobe Stock)

O revestimento de paredes e tetos em gesso dispensa a aplicação de massa corrida para obtenção de um acabamento liso, função cumprida pelo próprio material. “É possível em alguns casos até observar reflexos na parede”, comenta Silva.

Com isso, a obra ganha velocidade substituindo as etapas de chapisco, emboço, reboco e massa corrida, indo diretamente para a etapa de pintura, revestimento cerâmico ou até mesmo placas 3D em gesso.

BLOCOS DE GESSO

Outro tipo de gesso é o destinado para fundição de peças, resultando em blocos de gesso, placas para rebaixamento do teto, sancas, molduras, placas 3D, drywall e peças para confecção de móveis. O engenheiro conta que o gesso para fundição tem trabalhabilidade de cerca de 10 minutos, com excelente capacidade de preencher espaços e conferir mínimos detalhes às peças produzidas. “Isso se deve ao arranjo microscópico dos cristais do gesso em forma acicular, ou seja, em formato de agulhas”.

O bloco de gesso é utilizado para execução de paredes sem função estrutural. É indicado para uso interno e externo desde que respeitadas as características do tipo de bloco, espessura e se é vazado ou compacto. Existem vários tipos de blocos de gesso com espessuras de 70 mm, 76 mm e 100 mm, tanto os vazados como os compactos. São eles:

  • Bloco Standard – é produzido apenas com gesso e água. Possui boa resistência mecânica e excelente acabamento. Seu uso permite uma rápida execução de paredes sem a necessidade de quebrar o piso. Os encaixes macho e fêmea facilitam o nível e o prumo da parede. O assentamento é feito com o uso de gesso cola, que é o produto que confere uma excelente aderência entre os blocos. “A recomendação é dar preferência para colas extrafortes”, diz.
  • Bloco Hidrofugado – é fabricado com gesso, água, corante e aditivo químico. Material resistente à água, com indicação para uso em áreas molhadas como banheiro e cozinha.
  • Bloco Standard reforçado com fibra de vidro – utiliza gesso, água, corante e fibra de vidro na sua composição, o que lhe confere maior resistência mecânica.
  • Bloco Hidrofugado reforçado com fibra de vidro – é produzido com gesso, água, corante, fibra de vidro e aditivo químico. Além da maior resistência mecânica, é também resistente à água. Daí a indicação de uso ema áreas externas, pois tem baixa absorção de água de chuva.
  • Bloco Ecológico – fabricado com gesso, água, corante e fibra de celulose proveniente de fontes recicláveis. É um bloco mais leve reforçado com fibras de celulose que o tornam tão resistente quanto o Standard.

PLACAS DE GESSO PARA TETO

O mercado oferece dois tipos principais de placas de gesso para teto: as autoportantes e as removíveis. Ambas possuem diversos modelos, inclusive versões que melhoram a acústica do ambiente devido aos detalhes do desenho das placas.

(Foto: noppadon/Adobe Stock)

A principal função das placas de gesso é o rebaixamento do teto. “Dependendo da arquitetura interna, é possível transformar o teto em uma verdadeira obra de arte”, comenta o engenheiro.

As placas autoportantes, tradicionais, possuem um sistema de instalação próprio fixado no telhado ou na laje. A colagem entre as placas é feita com gesso cola. Já as placas removíveis são instaladas sobre perfil metálico, sistema conhecido como tabicado – solução atual, preferida pelos arquitetos.

SANCAS E MOLDURAS

Sancas e molduras são bastante conhecidas da arquitetura, podendo ser customizadas em dimensões e padrões de acordo com o projeto. Esses elementos podem compor com a iluminação, tornando o teto o destaque de qualquer ambiente.

São aplicadas por gesseiros que são, em geral, a mão de obra especializada para a maioria dos produtos em gesso.

PLACAS 3D

“O produto surgiu como alternativa ao revestimento cerâmico de paredes”, fala Silva. As placas 3D em gesso são encontradas no mercado em diversos modelos das mais variadas formas e aspectos. Além de incorporarem todas as vantagens dos produtos em gesso, conferem ao ambiente exclusividade, requinte e um ótimo acabamento, destacando uma parede específica ou todo o ambiente.

O assentamento é feito por método similar ao do empregado para peças cerâmicas, com o uso de gesso cola, sempre pelo gesseiro.

MOBILIÁRIO DE GESSO

Versátil, barato e resistente o gesso também pode ser usado na fabricação de móveis. É possível construir um móvel com blocos de gesso vazados de 70 mm como estrutura principal. “Com o benefício de execução sobre o piso cerâmico, sem necessidade de quebrar nada”, diz. O gesso também pode ser usado para construir prateleiras e seus detalhes, resultando em estrutura resistente. É ideal para armários e closet.

O mobiliário em gesso é executado por gesseiros ou por empresas especializadas em móveis planejados nesse material.

DRYWALL

Elemento construtivo com crescente utilização no país, o drywall é material feito com papel cartão e recheio de gesso. Essas chapas possuem diversas características, como o acréscimo de fibra de vidro para melhorar a resistência mecânica e a capacidade de resistência ao fogo. As chapas hidrofugadas de drywall, por exemplo, são indicadas para áreas molháveis como banheiro e cozinha.

(Foto: Roman_23203/Adobe Stock)

A execução de paredes com o sistema drywall exige mão de obra qualificada, além do uso de perfis metálicos. “O uso do drywall também torna a obra mais rápida e limpa”, comenta.

Vantagens do gesso

São várias as suas vantagens de se usar produtos em gesso, a começar pelo custo inferior em comparação com outros materiais. Em seu processo produtivo, o gesso revela seu potencial de preservação do meio ambiente ao ser produzido em temperaturas baixas, de cerca de 150°C. “Para a produção de outros materiais concorrentes, as temperaturas podem passar de 1.000°C”, diz Silva.

O gesso também se destaca pelas propriedades higroscópicas e térmicas. Em períodos úmidos, o material aplicado em paredes e teto absorve parte da umidade do ambiente. Já em épocas mais secas, o gesso exerce a função contrária, liberando a umidade absorvida para o ambiente, tornando-o mais agradável. “O gesso é um excelente isolante térmico, o que permite economia de energia no uso de ar-condicionado. É, também, um material incombustível”, acrescenta.

O resíduo de gesso é reciclável, desde que seja destinado a usinas de reciclagem para ganhar outros usos na agricultura ou retornar para a forma de hemidrato para ser usado novamente.

Créditos: AECweb | Texto: Hosana Pedroso | Colaboração Técnica: Lincoln Eduardo

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